domingo, 27 de dezembro de 2009

Mais uma temporada

Chegou aquela época do ano quando a novela de procurar um outro lugar para morar, ou ficar onde estamos, chegou. E eis que ficaremos no mesmo apartamento por mais uma temporada. A procura durou algumas semanas e felizmente já acabou, mas não sem os seus percalços.

O mercado imobiliário em Abu Dhabi, apesar de ainda difícil, este ano está muitíssimo melhor do que no ano passado. Graças à crise, e ao fato de haverem surgido mais alguns imóveis no mercado, ficou mais fácil encontrar algo em conta. Mais ou menos.

Com nossa primeira intenção sendo a de economizar mais do que no ano passado, consideramos e procuramos apartamentos de um quarto só e imóveis lááá no meio do deserto, fora de Abu Dhabi. Mas o apartamentos de um quarto eram tão miúdos que eu não consegui me ver lá, espremida. De forma geral, os prédios novos que vimos fora de Abu Dhabi tinham quartos tão pequenos que eu conseguiria colocar ou uma cama ou um guarda-roupas lá - os dois não caberiam juntos.

Vimos também um apartamento parecido com o nosso no mesmo quarteirão, só que num prédio bem mais limpinho e bem cuidado. E o preço 1/3 mais barato que o nosso. Daí reconsideramos. Depois de muito bate papo com a dona do prédio (sim, a dona do prédio inteiro, acredita?), conseguimos uma redução enorme no valor do aluguel. Tão grande que não valeria a pena nos mudarmos.

Aqui onde moramos é um bairro bem árabe mesmo, cheinho de shisha cafés, que atraem todos os árabes do planeta, todos as noites. A trilha sonora das 6 da tarde até 1 da manhã, todos os dias, é bíííí bííííí bíííí! Tanto que é impossível eu dormir sem tapadores de ouvido. E estacionar aqui perto do prédio, depois das 6 e pouco da tarde, é uma raridade. Acabo quase sempre estacionando e caminhando uns 5 minutos pra chegar em casa. Se eu tiver muitas sacolas comigo, já viu.

O prédio é sujo - o faxineiro/porteiro do prédio 'limpa' tudo como o nariz dele e ninguém além de mim parece se importar com isso. O filho do meu vizinho tem o belíssimo hábito de dar uma cusparada no chão, daquelas de arranhar a garganta, enquanto espera pelo elevador. Todas as noites por volta das 8.30. Até já sei o horário. Que lindo, né?

Mas, enfim, quando eu entro no meu apê e fecho a porta, eu deixo tudo isso pra traz e entro no meu mundinho, branquinho, limpo. Todos os cômodos são espaçosos e, tenho que admitir, eu e Mohan trabalhamos um bocado (acho que até demais) no começo do ano para transformar este lugar de um muquifo para um cafofo.

Então, para que me mudar para um prédio novo e limpinho, com elevadores 'brilhantes', tão longe do centro que achar uma vaga para estacionar não é um problema mas, o apartamento em si, com cômodos tão pequenos que não daria para levar todos os meus móveis?

Não fazia sentido.

Apesar de todas as desvantagens de se morar por aqui, eu tenho a liberdade de ir ali na padaria Golden Flame quando me dá vontade de comer uma esfirra, ou quando o detergente ou o leite acabam, sem precisar dirigir. No mais, vencendo-se a preguiça, dá para se caminhar para o calçadão do Corniche em uns 15 minutos, ou ir ver um concerto ali no Centro Cultural em dois minutinhos.

O fato de que não tenho que me preocupar com mudança já é uma grande vantagem. Se Deus quiser, eu espero só ter que me mudar daqui quando tiver que voltar para paisagens mais verdinhas...

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Lavanda

Duas gotinhas de óleo de lavanda no pulso, um remédio contra o stress que se manifesta com aquele suspiro fundo, desalentado, de sobrancelhas franzidas. Ao invés do suspiro puro e vazio, é so dar uma fungada de vez quando na fragrância doce da lavanda para acalmar os nervos. E seguir adiante.

Minha avaliação anual (appraisal) aconteceu hoje. Foi um ano muito difícil para mim no trabalho. É difícil falar sobre os meus pontos fracos. Mas se a 'besta' não for encarada no olho, não há como vencê-la. E eu quero vencer. Eu quero me tornar mais experiente, mais capaz e, como resultado, mais confiante.

Eu acredito que dá. Com lavanda eu vou longe.

domingo, 6 de dezembro de 2009

I Can Make You Sleep

Este aqui eu já terminei de ler faz um tempinho, mas eu ainda consulto para fazer os tais exercícios de relaxamento (super simples) que me ajudam a dormir.

Um deles consiste em imaginar-se cercada por um grupo de pessoas, todos eles bocejando. Daí você começa a bocejar também e, com isso, relaxa.

O livro também veio com um cd de hipnosis (!!!). Hohoho! E funciona mesmo! Eu começo a escutar, já deitada na cama, e quase nunca chego ao final do cd (uns 20 min). Capoto mesmo!

You Are What You Eat

Coisas que aprendi e hábitos que eu adotei, graças a este livro:
- Saladas com verduras cruas;
- Frutas entre as refeições, nunca logo após;
- Parei de comer cereais como Corn Flakes e outros, que eu andava comendo demais;
- Tenho mais energia;
- Menos dores de cabeça e indigestão;
- TPMs domadas;

Business Stripped Bare

Estou viciada em tudo que diz respeito ao Richard Branson. Depois de ler a sua biografia (e ter gostado muito) eu não resisti e comprei este outro livro dele, onde ele fala sobre a Virgin e várias de suas aventuras no mundo dos negócios.

Não que eu pense em ser uma entrepeneur ou começar o meu negócio, mas mesmo assim a leitura foi de uma energia e sabedoria contagiantes. Recomendadíssimo para quem está confuso ou não sabe o que quer fazer na vida.

Achei!

A última vez que eu me lembro de ter visto o meu passaporte foi quando eu levei ele comigo para fazer o tal registro de identidade. Por causa do feriado de Eid, que durou a semana passada inteira, o tal departamento do governo ficou fechado.

Hoje, com tudo de volta ao normal, eu fui lá perguntar e, depois de esperar um bocado, uma das gerentes apareceu lá com o meu passaporte na mão. Quase chorei de alívio! E de raiva também!

Acho que naquele dia ele caiu da minha mão ou da minha bolsa e, felizmente, alguém achou. Que susto!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Evaporou

Perdi meu passaporte. Sumiu. Evaporou.

Estávamos de viagem marcada à Índia no dia 27 e, ali arrumando a minha mala, me dei conta de que não conseguia achá-lo em lugar nenhum. Vasculhei o apartamento inteiro, o carro, até fui ao trabalho vasculhar minha mesa. Nadinha.

Resultado: viagem cancelada.

Está semana toda foi cheia de feriados nacionais (Eid e o National Day), o que significa que a embaixada está fechada e não posso nem dar entrada no processo do passaporte novo.

O jeito é esperar...