quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Copa do Mundo 2014

Quase engasguei com a torrada quando eu vi a notícia na tv hoje de manhã de que o Brasil será o anfitrião da Copa do Mundo de Futebol de 2014! Eu nem sequer sabia que o Brasil tinha se candidatado. Eu logo soube também que a FIFA está fazendo um rodízio de continentes e que na América do Sul só o Brasil se candidatou (ué, por quê?).

Vamos agora torcer para que os investimentos para essa Copa criem oportunidades de emprego e melhoria em segurança nas cidades do país, que sofrem tanto com o descaso do governo. Mas pode-se dizer que os últimos Jogos Pan-Americanos no Rio, apesar do mico dos torcedores brasileiros vaiando os times adversários, foram um relativo sucesso. Então vamos torcer para que a Copa do Mundo seja um grande sucesso. Parabéns Brasil!

The Architecture of Happiness

Como eu me mudei para, como diria a Tana, o interior (com sotaque bem caipira) eu vou de trem para o trabalho todo dia, numa viagem que dura uns 40 e poucos minutos. Pode parecer muito mas, na verdade, o trajeto do apartamento ao trabalho era mais complicado e demorava até um pouco mais de porta a porta. Eu tinha que dirigir até Feltham, achar uma vaga, caminhar até a estação e pegar o trem, numa jornada de 20 minutos até Putney. Eu agora caminho 6 minutos (olha a precisão) até a estação, sento confortavelmente (sim, sempre encontro lugar) no trem quentinho (sim, tem aquecimento) e leio atééééé chegar em Putney. É a maior alegria!

Em duas semanas eu terminei de ler The Architecture of Happiness, do Alain de Botton, um dos melhores livros sobre arquitetura que eu já li, senão o melhor. Eu até saí sublinhando várias passagens para eu voltar a ler depois, de tanto que eu gostei. O livro é um ensaio belíssimo sobre beleza em arquitetura e a sua influência no nosso dia-a-dia, questionando o que faz um casa ser bela ou porque tantas construções novas são tão feias (é o que acontece muito aqui na Inglaterra). E muitíssimo bem escrito. É um livro que eu recomendaria para todo arquiteto ou estudante de arquitetura. Amei!

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Mistério

Antes de nos mudarmos, da última vez que fomos ver a casa, a Jane (ex-dona) nos mostrou o sótão e eu reparei que havia uma cômoda bem antiga lá no fundo. Quando começamos a colocar as coisas no lugar eu subi até o sótão e reparei que ela não tinha levado a tal cômoda. Abrindo as gavetas eu descobri, para a minha surpresa, que uma delas está cheia de álbuns de fotografia. Eu imaginei que eles fossem da Jane mas na verdade eles são de outra pessoa que, eu imagino, morou nesta mesma casa antes dela.

Pelo o que eu vi o nome dela é Lisa. Não sei quando ela morou aqui mas eu achei umas fotos bem antigas, de umas férias em algum lugar ensolarado em 1976. Vi um album que ela fez da primeira viagem a Paris, acho que em 1981, todo arrumadinho com vários postais e souvenirs. Daí então que eu achei vários álbuns de casamento. Do casamento dela em 1986, acho. E então eu entendi.

A teoria do Mohan é a de que ela deve ter se divorciado, e decidiu deixar para trás as más lembranças. Deve ter ficado com pena de destruir as fotos e as deixou por lá.

Da próxima vez que a Jane vier buscar a correspondência dela eu vou perguntar se ela sabe de alguma coisa. Provavelmente não deve saber. Eu não me importo que elas fiquem na gaveta. Faz parte da história da casa, que tem uns cinquenta anos ou mais, e eu creio que as paredes tenham muito o que contar.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Florais de Bach

Ontem foi dia de appraisals no trabalho, uma revisão de desempenho que é feita todo ano aqui no trabalho. Eu preenchi um formulário falando sobre vários aspectos do meu trabalho, do meu desempenho, quais eu acho que são meus pontos fortes e fracos, etc.

Daí ontem eu tive uma reuniãozinha com o meu chefe onde nós discutimos ponto a ponto os itens do formulário e, felizmente, tudo correu bem. James perguntou como vai indo o processo para reconhecimento do meu diploma aqui e disse que essa deveria ser a minha prioridade para o próximo ano. E que também eles têm como fazer o meu horário se tornar mais flexível quando eu estiver estudando.

O ensino de arquitetura aqui no Reino Unido é dividido em três partes. Como o meu curso na UnB é de cinco anos eu poderia conseguir provar através da entrevista com o ARB (Architects Registration Board) que eu sou equivalente à Part 1 & 2. Só que eu, depois de muito refletir, decidi que eu quero conseguir equivalência apenas à Part 1 e eu pretendo estudar a Part 2.

Anyway, James pretende me dar mais responsabilidades no próximo ano. E eu já estou ficando ansiosa... Hoje de manhã no caminho para o trabalho eu comprei um Rescue Remedy Spray, uma combinação de cinco Florais de Bach e, ao que parece, ajuda nos momentos de ansiedade. E amanhã eu vou tirar o dia de folga. Eba!

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Brrrrr...

Que frio! O Outono enfim chegou. A temperatura caiu, as folhas das árvores se avermelharam e caíram também e os dias estão ficando mais curtos.

Quando eu acordo às 7.00 da manhã ainda está escuro lá fora, daí fica ainda mais difícil sair da cama quentinha. Um sacrifício todos os dias.

Hoje de manhã vim para o trabalho toda equipada com luvas, cachecol, gorrinho e o meu sobretudo que, até então, eu não tinha usado por vários meses. E, claro, segunda-peles. Não dá pra viver sem elas.

domingo, 21 de outubro de 2007

Carpete

Eu, que nunca tive carpete na vida antes, penei à beça hoje para limpar o andar de cima. Essa história de usar aspirador de pó, com toda aquela barulheira que ele faz, é muito estressante. Sem contar que o aspirador é pesado e não limpa os cantinhos. Daí eu tenho que conectar o "limpador de cantinhos", me agachar e sair limpando em baixo dos móveis e outros lugares de difícil alcance. E eu não consigo alcançar para limpar em baixo da minha cama, porque a parte lateral da cama é muito baixa e a cama é muito larga.

Dizem por aí que os ingleses são de forma geral uns sujões, que nunca limpam a casa direito e nem com muita frequência. Como a maioria das casas aqui tem carpete em todo lugar eu hoje, no meu sufoco com o aspirador e suas limitções, comecei a me simpatizar com esta nação de sujismundos. Começo a pensar que se eles têm vivido por tantas gerações com um padrão de limpeza inferior ao meu e têm sobrevivido, eu posso entrar para a turma também e arrumar algo mais interessante para fazer na vida do que aspirar pó.

Mohan acha que eu estou fazendo muito drama e que não é necessário limpar os cantinhos toda semana mas sim umas duas vezes ao mês, e que ele não tem dificuldade nenhuma para usar o aspirador. Pronto, vou passar o bastão para ele. Ou então vou entrar para o time da poeira mesmo. Ou, quem sabe, arranjar alguém para vir limpar a casa pra mim uma vez por semana? £££££!!!

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Mais fotos

Acabei de criar um link aqui no blog para as fotos das minhas férias em Brasília. Até que enfim, né Mamy?

Essa ao lado é do Mo dando umas braçadas. Ai, que saudade.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

José Luiz

Acabei de chegar dos correios. Mandei um cartão e uma lembrancinha para o bebê da Aline, José Luiz, que nasceu no dia 24 de setembro. Eu, na confusão da mudança, acabei não registrando o fato aqui.


Entrei no Orkut e vi várias fotos dele, dos pais, dos avós. Todo mundo babando, claro. Deu uma vontade de estar lá também...

Mesa de jantar

Nossa mesa de jantar chegou na segunda à tarde e ontem à noite finalmente pudemos jantar sentados à mesa, ao contrário das últimas semanas, que passamos fazendo nossas refeições no sofá com o prato no colo. Foi legal à princípio, comer e assistir tv, mas eu já estava meio cansada por não ter outra opção.

Jantamos nós dois com calma, com a tv desligada, e percebi que eu comi bem mais devagar se comparado com os últimos dias. Nós também conversamos bastante sobre como foi o dia de cada um, os planos para os próximos dias. Enfim, fizemos companhia um ao outro. Pequenas coisas assim fazem toda a diferença no dia a dia.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Fotos

Finalmente coloquei um link aqui no blog para as fotos da viagem ao País de Gales. Fiz uma mistureba de fotos minhas e da Tana. Confira.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Cheiros, cheiros, ahhh!

Sábado de manhã eu acordei cedinho e de mal humor com o cheiro do frango da noite anterior espalhado pela casa inteira! Não sei se comentei isso aqui antes mas a cozinha da minha casa nova não tem porta, ela é aberta para o hall de entrada, que dá acesso à escada. Daí, apesar de ter aberto as janelas e de ter usado o exaustor do fogão enquanto eu cozinhava, o cheiro se espalhou. Eu até fechei todas as portas dos quartos e do banheiro lá em cima mas não adiantou.

Normalmente quando cozinhamos só para nós dois, sendo fritura ou não, o cheiro não vai para o andar de cima. Porque é só cozinhar com as janelas da cozinha abertas que o cheiro vai embora por elas.

Ainda com a cara amassada de sono eu peguei o carro e saí em busca de um super-mercado aberto às 7.00 da manhã. Fui até a High Street, 1 min de carro lá de casa, e comprei o Oust, um spray que (é o que dizem) não disfarça o odor mas sim o elimina. Então tá.

Voltei pra casa, abri todas as janelas dos dois andares, tapei meu nariz e saí correndo pela casa com o meu spray. E funcionou. Alguns lugares eu tive que usar o spray mais de uma vez mas aquele cheiro de refogado saiu e não ficou um perfume enjoativo. Ficou um cheiro de nada, o que é muito bom.

Não sei como vou resolver a questão da porta para a minha cozinha. Ela teria que abrir para fora por causa da geladeira. Talvez um porta sanfonada, mas nunca vi uma que fosse boa e bonita. Não sei.

Como diria o Obelix, esses bretõs são uns loucos...

Jantar em família

Depois de uma semana corridíssima no trabalho, na sexta eu consegui sair mais cedo do trabalho, às 3 da tarde. E fui para casa cozinhar, porque à noite tivemos a visita da família do Mohan: os pais, irmãos, esposa de um, a irmã dela e mais a família da Ninu. No total, 13 pessoas para jantar.

Dias antes, como eu vi que eu não teria muito tempo pra preparar o jantar, e como também sabíamos que a nossa mesa de jantar não chegaria à tempo, eu decidi fazer comida mexicana, mais precisamente fajitas . Isso porque todos os molhos, temperos e as tortillas são compradas prontas para servir. Tudo o que eu e Mohan tivemos que fazer foi cortar cebolas, pimentões e o frango em tirinhas. Eu temperei o frango com limão, alho e sal e mais o sachet de tempero mexicano e fritei na wok com as cebolas, os pimentões e, claro, pimenta. Preparei também, bem rapidinho, um grão de bico refogado com pimenta e cebola para a mãe do Mohan.

De sobremesa eu preparei um pavê simples com morangos picadinhos. Foi meio complicado achar o biscoito champagne porque eu não lembrava o nome dele aqui. Fui a um super mercado de grã-fino e achei. O nome é Lady Fingers e a origem, eu aprendi, é italiana. Como a Manjit é vegetariana eu fiz uma receita de pavê sem ovos. Eu estava um pouco aflita sem saber se o creme iria engrossar o suficiente com maizena mas liguei pra minha mãe e ela me deu umas dicas que deram certo.

O jantar mexicano foi um grande sucesso, com todo mundo comentando como o frango estava gostoso e coisa e tal. O pessoal aqui não sabe o que é uma carne bem temperada e refogada com cebola e alho. Daí quando eu cozinho no estilo brasileiro é aquela alegria. As instruções do pacote de fajitas para cozinhar o frango pediam para fritar o frango no azeite sem tempero nenhum e no final adicionar o conteúdo do sachet na panela e misturar. De jeito nenhum! Eu fritei o frango com o pimentão, a cebola e a pimenta para os sabores se misturarem. E ganhei muitos elogios.

O pavê que eu servi de sobremesa foi também outro sucesso, com vários me pedindo a receita. Eles nunca tinham comido uma sobremesa assim. Imagine uma vida onde não se tem pavê, mousse de maracujá, pudim de leite! Quando eu digo que o povo daqui não sabe o que é comida eu estou falando sério!

Valeu a pena o trabalho. Tivemos uma noite muito agradável, com comida gostosa (modéstia à parte) e boa conversa. E como estreiamos a nossa lava louça pudemos pôr as pernas pra cima, relaxar e assistir a um episódio dos Sopranos.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Estou zonza

Trabalhei na segunda até 7.30. Ontem fiquei aqui até 9.40. Hoje e amanhã só Deus sabe a que horas eu vou pra casa. O pior é que ontem eu peguei um trem que ficou parado mais de meia hora na estação antes da minha porque, ao longo do caminho mais a frente, a polícia estava atrás de um pessoal andando nos trilhos! Fui dormir à 1.00 da manhã... Estou zonza. E ocupadíssima. Ao trabalho.

domingo, 7 de outubro de 2007

Onde foram parar os meus cachinhos?

Acabei de fazer um relaxamento no meu cabelo. O nome do produto da L'Oreal é Extenso e essa foi a minha segunda aplicação.

O Extenso reduziu o volume do meu cabelo mas sem tirar os cachos, apenas os deixando menos fechadinhos. Eu gostei muito e hoje eu voltei para a segunda vez, depois de mais de dois meses. Eu espero que os meus cachinhos continuem do mesmo jeito mas o que a moça lá do salão (chiquérrimo) me disse é que agora o meu cabelo vai absorver o produto mais profundamente e das próximas vezes eu vou poder retocar apenas a raiz. Ela disse que mesmo que meu cabelo fique um pouco menos cacheado a princípio (o que ela acha que não vai acontecer), com o tempo o produto vai saindo do cabelo.

Bom, eu vou ter que esperar três dias para ver. Pois é, eu só posso lavar o cabelo daqui a três dias. Depois da aplicação de hoje eu fiz uma escova e o meu cabelo está super liso. Eu normalmente não faço escova porque sempre acho que eu pareco esquisita, sei lá. É como se eu perdesse um pouco da minha personalidade. Eu fico muito diferente. Mas como já fazia tanto tempo, anos até, desde que eu fiz escova pela última vez, eu decidi fazer de novo. Para ver de qualé. E, novamente, a mesma sensação de estranheza. Onde foram parar os meus cachinhos? Acho que eu não fico bem de cabelo liso mesmo...

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Fim de semana

O irmão caçula do Mohan, que mora no Canadá, chegou sexta passada com a esposa para passar alguns dias e o fim de semana foi tomado em grande parte pela família. Na sexta à noite nós fomos jantar com os pais e os irmãos do Mohan mais Ninu, Deepak e as crianças.

Jantares assim são uma raridade na família do Mohan (por causa de uma série de problemas de longa data mal resolvidos entre os três irmãos e o pai) e nós não sabíamos bem o que esperar da ocasião. Mas foi uma noite muito agradável, bem diferente da última vez em que vimos o Amin. Acho que todos resolveram deixar suas diferenças de lado (inclusive eu) por conta da Satbir, que nós finalmente conhecemos, porque não fomos ao casamento deles em Toronto no ano passado. Ela me pareceu muito simpática e fácil de se entrosar. E os dois pareceram bem e felizes, o que é muito bom.

No domingo nos encontramos novamente numa cerimônia que os pais do Mohan organizaram num templo para comemorar a vinda dos dois. Todos os familiares e conhecidos estavam por lá. Alguns reclamando de que o Mohan anda sumido, que nunca vai visitá-los, etc. Essas cobranças são muito comuns entre eles.

Chegamos atrasados à cerimônia porque estávamos montando a nossa cama. A Tana veio no sábado e nos ajudou a montar os guarda-roupas e a pôr as coisas no lugar. No domingo foi a vez do Phillip, que nos ajudou a montar a cama e a mover o sofá e a tv para o outro lado da sala. Foi muito bom ter ajuda. Mudança é um processo bem cansativo.